Eu precisei reflectir quase 24 horas para compreender, não a resposta feliz de Dê, mas o algo a mais, a coisa que gerou a resposta, o pulso do pensamento, a força motriz da questão.
A questão é que Dê, assim com todos nós, está cansada de coisas ruins, de maldades, do sensacionalismo com a tragédia alheia, que é o que vemos nos jornais. Então deseja o ar fresco da positividade para poder permanecer o seu ir cantante em direcção a um filho que a chame ou a um marido que a ama. Dê está certa, é preciso gás para manter no ar o balão da euforia! Sem o recurso de remédios só mesmo usando o velho e bom recurso mental: preencher a mente com coisas boas.
Eu, mais crítico do que a Dê e talvez muito menos sábio, pensei em um post que pudesse suprir a necessidade dela e também a minha. A dela já conhecemos, a minha é a de dar uma espetadela no bumbum dos que ajudam a fazer a roda da “coisa ruim” continuar a girar. Juntei então aqui uma homenagem a Dê, dando-lhe informações positivas sobre suas conterraneas brasileiras que não estão nos telejornais, nas revistas masculinas, nas propagandas de cerveja, mas que são um estouro de atraentes em suas facetas profissionais! E aproveito o ensejo para furar a traseira de quem faz da mulher brasileira apenas um objecto sexual de uso fácil e descartável: A mídia.
MULHERES BRASILEIRAS CONTEMPORÂNEAS & ESPETACULARES
O Ministério da Ciência e Tecnologia informou que, desde 2004, as brasileiras são maioria na conclusão de doutorados a cada ano e o Brasil é actualmente o terceiro colocado mundial na formação de doutoras (ficando atrás apenas de Portugal e Itália).
«Eu sou pau prá toda obra
Deus dá asas à minha cobra»
1- Aldina Maria Prado Barral, uma médica que se diz “fiel à leishmaniose” (Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade Federal da Bahia – UFBA)

A relação de Aldina Barral com a leishmaniose já dura mais do que muitos casamentos por aí. Ela estuda a doença, comum em países tropicais, há quase 40 anos e ganhou o Prêmio Claudia na categoria “Ciências” em 2008. Um dos maiores avanços obtidos em suas pesquisas tem a ver com o diagnóstico precoce: ela descobriu que geralmente aparece uma íngua na pessoa antes que ela desenvolva a ferida característica da doença. Descobrindo mais cedo fica mais fácil de tratar.
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«Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão»
2- Beatriz Leonor Silveira Barbuy, a astrônoma que desde pequena gosta de observar as estrelas (Universidade de São Paulo – USP)

A linha de pesquisa de Beatriz não é para qualquer um: ela estuda populações estelares, evolução química da galáxia, nucleossíntese e atmosferas estelares. Depois de receber um prêmio internacional dado pela UNESCO a mulheres notáveis da ciência em 2009, ela foi convidada para participar do programa do Jô Soares e falou sobre a vida na astronomia. Lá, disse que os astrônomos geralmente decidem bem cedo seguir a profissão e contou que adorava subir em árvores para observar as estrelas quando era criança.
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«Porque,
Nem toda feiticeira é corcunda,
Nem toda brasileira é bunda,»
3 – Cristina Wayne Nogueira: um elemento perigoso para o meio ambiente pode fazer bem contra radicais livres (Universidade Federal de Santa Maria – UFSM)

A bioquímica gaúcha descobriu que, embora seja perigoso para o meio ambiente, o selênio (elemento obtido como subproduto da refinação do cobre) possui um papel importante no combate aos radicais livres (moléculas formadas no nosso organismo que provocam alterações patológicas, envelhecimento precoce e manchas na pele). Suas pesquisas renderam um artigo na Chemical Reviews, uma das mais importantes publicações acadêmicas de Química do mundo.
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«Minha força não é bruta,
Não sou freira, nem sou puta...»
4 – Maria Fátima Grossi de Sá: como combater insetos em plantações por meio manipulação genética (EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - e Universidade Católica de Brasília – UCB)

A biomédica Maria Fátima pesquisa meios de proteger plantações contra fungos, insetos e vírus por meio da manipulação genética. A vantagem desse método está no fato de que ele combateria apenas os animais que prejudicam a espécie, o que não acontece com inseticidas comuns. Suas descobertas renderam patentes nacionais e internacionais na área de Biotecnologia Vegetal. Ela, junto com as outras quatro primeiras cientistas da lista, recebeu o Prêmio Scopus Brasil 2010, dado pela Editora Elsevier e pela CAPES/MEC (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação) para pesquisadores de relevância no Brasil e no mundo.
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«Meu peito não é de silicone,
Eu sou mais macho que muito homem...»
Rosaly Lopes (Nasa)

A astrônoma carioca, cientista planetária e especialista em Vulcanologia do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, na Califórnia, foi a primeira brasileira a ganhar o prêmio internacional Wings Worldquest Women of Discovery. Rosaly já esteve em quase 50 vulcões espalhados pelo mundo – e estuda outros fora dele também. Ela já descobriu mais de 71 vulcões ativos na lua Io de Júpiter, os primeiros vulcões ativos fora da Terra de que se tem confirmação.